“O dia está na minha frente esperando para
ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma a este
dia.” (Albert Einstein)
"A vida é a soma de todas as suas
escolhas." (Albert Camus)
Desde o momento em que acordamos pela
manhã, começamos a fazer escolhas, a tomar decisões. Escolhemos se abrimos os
olhos ou permanecemos de olhos fechados; escolhemos se levantamos ou se
continuamos deitados; escolhemos o lado pelo qual iremos nos levantar; e assim
por diante. As escolhas são parte de nossa vida. Tudo são escolhas. No
entanto, a maioria de nós não entende a importância do domínio da capacidade de
escolha. Saber usar a capacidade de escolha pode nos levar, se não ao sucesso,
a alcançarmos nosso pleno potencial.
A capacidade de tomar decisões é uma
característica humana extraordinária, uma capacidade que os robôs e os
computadores ainda não possuem. O grande desafio dos cientistas hoje é
descobrir como o cérebro humano toma decisões. Um computador toma decisões
analisando rapidamente todas as possibilidades existentes e escolhendo a
melhor. No entanto, na maioria das situações da vida, as possibilidades são
praticamente infinitas, sendo, portanto, impossível analisá-las todas. O
cérebro humano na maioria das vezes toma decisões seguindo critérios que nós
mesmos não compreendemos.
Ou seja, nós sempre fazemos escolhas. O
problema é que a maioria de nós não costuma avaliar os resultados que suas
escolhas terão. Cometemos muitos erros na vida porque não pensamos nas
consequências de nossos atos. Outro problema é que não sabemos usar a nossa
capacidade de escolha de modo racional e consciente quando estamos diante de
situações desafiadoras de nossa vida. O desespero e a tensão acabam por
prejudicar a nossa capacidade de tomar decisões racionais.
É muito importante que, diante de
situações desafiadoras, procuremos nos lembrar de que há sempre escolhas a
serem feitas. O processo de tomada de decisões deve acontecer da seguinte
maneira:
1. Identificar as opções existentes;
2. Avaliar as consequências que podem resultar de cada opção;
3. Escolher a melhor opção, o que implica descartar as outras.
Analisemos a seguinte situação: um homem fez um investimento
arriscado. Acabou perdendo todo o seu dinheiro. O que fazer diante de uma
situação como esta? Basicamente neste momento há duas opções: 1) ele fica desesperado;
2) mantém a calma e procura pensar em uma solução para o problema. Quais as
consequências que cada uma dessas opções pode acarretar? Se o homem escolher a
opção 2, pode ser que encontre uma solução para o problema ou não. Se escolher
a opção 1, o desespero pode fazer com que perca tempo, pode fazer com que não
tenha a capacidade de refletir sobre a situação, pois o desespero embaça a
nossa visão e a nossa razão. A melhor opção é, obviamente, não se desesperar.
Assim, o homem se depara novamente com pelo menos duas opções: 1) pensar em uma
forma de recuperar o dinheiro perdido; 2) aceitar sua condição e tentar se
adaptar à sua nova vida como pobre. Se o homem escolher a opção 1, tem duas
possibilidades: a) encontrar um meio de recuperar o dinheiro; b) não encontrar.
Mas se escolher a opção 2, dificilmente vai encontrar um meio de recuperar o
que perdeu. Digamos, então, que o homem escolheu buscar um meio de recuperar o
dinheiro e o encontrou. Através desse meio ele pode conseguir ou não recuperar
seu dinheiro. Além disso, o método vai exigir muito trabalho e vai resultar em
desgaste. Novamente, duas opções: 1) tentar; 2) não tentar. Escolhendo a opção
1, duas opções: a) recuperar o dinheiro (ter sucesso); b) não recuperar o
dinheiro (fracasso). Mas escolhendo a opção 2, há apenas uma possibilidade: não
recuperar o dinheiro. Imaginemos que o homem tenta. Fracassa. O que fazer?
Primeiro, pensar: “Há ainda alguma outra possibilidade de recuperar o dinheiro?”
Se sim, existe novamente a opção de tentar e a opção de não tentar. Se não, há
ainda opções: 1) desesperar-se; 2) aceitar finalmente a condição e tentar ser
feliz da melhor forma possível. Creio que seja óbvia a melhor opção.
Nossa vida consiste basicamente em uma sucessão de escolhas.
Quando fazemos essas escolhas de modo irrefletido, frequentemente cometemos
erros e permitimos que a vida nos conduza, em vez de sermos donos de nosso destino. É possível que realizemos algo de
bom na vida se vivermos assim? Sim, é possível. Mas é menos provável. Temos
muito mais chances de ter sucesso na vida quando aprendemos a usar a nossa capacidade de escolha de modo racional. Somos capazes
de alcançar o nosso pleno potencial. Importante lembrarmos que a tomada de decisões se torna mais fácil quando temos o hábito de traçar metas e fazer planos para nossa vida. Quando as decisões são tomadas antecipadamente, torna-se mais fácil, uma vez que temos mais tempo para refletir e pesar as consequências.
Tomar decisões importantes muitas vezes requer coragem. Muitas
vezes é preciso estar disposto a assumir riscos. Quando uma escolha traz riscos,
é preciso avaliarmos se vale a pena assumi-los. Imaginemos a seguinte situação:
eu tenho certa quantia em dinheiro guardada numa poupança. Apresenta-se a mim a
possibilidade de iniciar um empreendimento, que requer o investimento desse
dinheiro que eu tenho guardado. Eu estou diante de duas opções: 1) investir no
empreendimento; 2) não investir. Se eu escolho a opção 1, o que eu tenho a
perder e o que eu tenho a ganhar? Se eu tiver sucesso, eu posso multiplicar
esse dinheiro, mas se eu fracassar, posso perder tudo e até ficar endividado.
Mas se eu escolho a opção 2, eu não corro o risco de perder o dinheiro, mas
também não ganho. Não é uma decisão simples. É preciso pesar bem as
consequências. E se eu perder tudo? Se eu tenho pessoas que dependem de mim para
o seu sustento, a decisão não pode ser tomada de modo precipitado. Quais são as
chances de dar errado? Se eu elaborei um bom plano de negócios, avaliei bem as
chances de sucesso do negócio e cheguei à conclusão de que há maiores chances
de eu ter sucesso, creio que valha a pena arriscar. Nesses casos, quando
tomamos a decisão, temos que ter em mente que, ao escolhermos uma opção, as outras
já não existem mais. No entanto, sempre há outras oportunidades de fazer
escolhas. Se o caminho escolhido não foi bom, temos quase sempre a opção de
tentar corrigir o erro. No exemplo que estamos analisando, se o empreendimento
fracassa, eu tenho a opção de buscar um meio de recuperar o dinheiro perdido.
Esta opção é sempre melhor que o desespero. Afinal, não adianta chorar pelo
leite derramado. Diante do que é inevitável, irreversível e fatal, a melhor
opção é sempre aprender a conviver com a situação da melhor forma possível. O
provérbio já diz: o que não tem remédio,
remediado está.
Importante refletirmos: Como estou tomando as
decisões importantes em minha vida? Eu procuro refletir sobre as consequências
das minhas escolhas? Diante do inevitável, eu me desespero ou procuro um meio
de minimizar as consequências negativas? Saber fazer escolhas e tomar decisões
de modo racional é essencial para se chegar ao sucesso em todos os aspectos da
vida.
Por Bruno Fernandes de Lima.
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