quinta-feira, 6 de julho de 2017

[EDITORIAL] Somos realmente uma espécie inteligente?

Esta é apenas uma breve reflexão sobre a humanidade e sua ignorância.

Inteligência: vantagem ou defeito?
A espécie humana se gaba de ser a única dotada de inteligência, a única que é consciente de sua própria existência. A ironia é que é justamente essa inteligência que parece ser o nosso maior defeito, aquilo que pode nos levar à autodestruição.

O ser humano não se contenta com o que é
Somos uma espécie que questiona. Os cães não se perguntam por que são cães. Os peixes, os patos, os insetos, as vacas, eles não refletem sobre o que são. Nós refletimos sobre o que somos. Questionamos por que somos humanos. E não ficamos satisfeitos com o que somos. Os cães não reclamam de ser cães. Nós queremos ser algo maior. Queremos ser deuses, queremos ter superpoderes. E somos levados por essa ganância a destruir uns aos outros, a esgotar os recursos de nosso planeta.

Os animais e vegetais convivem em harmonia
Se uma nova ilha surge no meio do oceano, e algum tempo depois alguns animais chegam até lá e se reproduzem, e sementes de plantas chegam e se estabelecem, em alguns anos temos um ecossistema desenvolvido nessa ilha, cheia de beleza, vivendo em perfeita harmonia durante anos, décadas, séculos. Mas se humanos "civilizados" chegam até essa ilha, destroem esse ambiente natural e em pouco tempo a ilha se torna feia. Criam-se condições artificiais para que humanos sobrevivam, mas essa sobrevivência não é saudável. O ar, a água, tudo se torna poluído. Até que o lugar se torna insuportável para se viver.

Os seres humanos são autodestrutivos
Este mundo se tornou um lugar ruim por causa dos seres humanos. Eu perguntaria, se os animais pudessem falar e fossem dotados de inteligência, como explicaríamos para eles a desigualdade social, o individualismo, as disputas políticas que nos fazem defender com todas as nossas energias aquilo que nós sabemos estar errado? Nossa inteligência é irracional. A inveja, o egoísmo, a ganância, o sadismo, tudo isso nos impede de alcançar o potencial que o intelecto humano tem de fazer de nós uma superespécie, seres capazes de extraordinária adaptabilidade, seres capazes de potencializar as condições de vida no planeta. Em vez disso, nós o destruímos. A humanidade é autofágica. Humanos destroem humanos, matam humanos, roubam humanos. Grupos de bactérias cooperam entre si, funcionam como se fossem um único organismo. Bactérias às vezes são mais inteligentes que nós.

Uma questão de sobrevivência
Vamos aos poucos destruir este planeta. Em poucas décadas. A única chance de nos salvarmos da destruição é evoluirmos. Darmos o maior salto evolutivo da história, a maior revolução que a humanidade já viu: uma revolução ideológica, moral, ética. É uma questão de sobrevivência: ou a humanidade aprende que precisa pensar na coletividade, que precisa acabar de uma vez com o egoísmo e a ganância, que as corporações precisam refrear seu desejo voraz e incontrolável por lucro, ou nosso planeta vai acabar.

Não há muito que possamos fazer
Não há muito o que fazermos individualmente hoje, além de mudarmos, cada um de nós, e nos esforçarmos para ser pessoas melhores. Mas isto não vai fazer muita diferença até que as lideranças políticas e econômicas do mundo entendam o quanto isto é sério e tomem a decisão de priorizar essa evolução em vez do desenvolvimento econômico.


Por Bruno Fernandes de Lima.

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